24.11.11

David Lynch e a paz mundial

22/11/2011 19:53


Lynch ressalta importância da meditação transcendental para combater a violência

Beto Oliveira



Debatedores avaliaram experiências de artistas e de escola inglesa.

O cineasta americano David Lynch (de Cidade dos Sonhos,Veludo Azul e O Homem-Elefante), ganhador de três Oscar, afirmou por videoconferência, ao vivo nesta terça-feira na Câmara, que a prática da meditação transcendental nas escolas públicas americanas resultou em mais concentração e menos violência. “Foi fácil perceber a diferença entre os alunos que praticaram a meditação”.

Durante o seminário internacional sobre a importância da meditação transcendental, promovido pela Comissão de Educação e Cultura e pela Frente Parlamentar Mista da Educação do Congresso Nacional, Lynch afirmou que a técnica pode funcionar muito bem nas escolas públicas do Brasil, por ser eficiente para melhorar a aprendizagem.

David Lynch assinalou que a técnica, além da diminuir a violência, tem como consequência levar as pessoas ficarem mais calmas, mais felizes, e com maior capacidade de se focarem em algo, distinguindo problemas pequenos dos grandes. “Eu tinha muita raiva, dentro de mim, tensão e preocupação, como todo mundo. Depois da meditação minha raiva foi embora naturalmente, foi lindo. A negatividade não traz criatividade”, disse Lynch.

Experiência inglesa

O diretor de Expansão da Maharishi Free School, da Inglaterra, Richard Scott, explicou que a instituição, que tem como cultura aplicar a meditação transcendental para alunos e professores, está no ranking das melhores escolas e tem o maior desempenho dos alunos do Reino Unido.

Ele contou, durante a audiência, que a meditação é o diferencial da escola e que os alunos são mais criativos, têm maior capacidade de trabalhar em grupo e de resolver problemas por causa da técnica praticada duas vezes ao dia, por 20 minutos. “Uma vez implantada a prática da meditação transcendental, a educação em qualquer país pode ser mais efetiva”, concluiu Scott.

O deputado Alex Canziani (PTB-PR), que solicitou o debate, pretende expandir a cultura da meditação transcendental nas escolas brasileiras, como uma contribuição de aprendizagem para os estudantes e para as futuras gerações.

O diretor da Fundação David Lynch no Brasil, Joan Roura, que também estava presente na audiência, explicou que a meditação é uma técnica muito simples. Ele fez uma comparação da mente humana com o oceano. A superfície do mar, que é mais agitada, seria a parte consciente; e durante a meditação, as pessoas iriam chegar à fonte do pensamento, lá no fundo do oceano, onde é calmo. “A meditação diminui estresse, a ansiedade e a depressão. Funciona muito bem na melhora do problema de déficit de atenção e ajuda a prevenir as drogas”, acrescentou Roura.

Depoimentos de atores

No seminário foram mostrados vídeos com depoimentos de atores como Wagner Moura, Cissa Guimarães, Luiza Valdetaro e Júlia Lemmertz, além de Ralph Wolf, representante da comissão de reconhecimento de universidades. Eles falaram sobre como a meditação mudou a vida deles e quais foram os benefícios. Wolf ainda apresentou relatos sobre estudos que comprovaram a diferença nas pessoas que praticaram a meditação transcedental.

A Meditação Transcendental (MT) foi introduzida em 1958 pelo guia espiritual indiano Maharishi Mahesh Yogi, envolvendo o uso mental de sons específicos, com propriedades psicoativas, chamados mantras. A meditação com base em mantras já existia na Índia, porém, há milênios.

A técnica permite que a mente do praticante "transcenda", atingindo um estado de "vigilância tranquila". A técnica vem se popularizando em todo o mundo, sobretudo pela divulgação que diversas celebridades que a praticam vem fazendo.

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